domingo, 26 de setembro de 2010

À obra!

Vivo um dia de cada vez!
Às vezes vivo outras tantas vezes observo passivamente os dias passarem.
A minha mente está cansada do mais do mesmo, cansada de hospedar o lugar comum.
O que posso fazer?  Reclamar para quem? Pedir a quem?
Não posso exigir de alguém o que falta em mim.
Tampouco posso dar a alguém o que lhe falta.
Porém; podemos nos doar, nos compartilhar, nos completar.
É só querer!
As pessoas e os espaços estão aí; sedentos por serem alterados, adulterados, modificados.
Vivo na esperança de que um dia o “bom dia” que damos tão despercebidamente a outra pessoa, se estenda ao bom dia de fato.
Que tenhamos prazer de verdade em estar com outra pessoa, quando esta nos beija a face, nos dizendo o quanto foi bom, termos nos encontrado.
O bom da vida é vivê-la! Não sozinho é claro.
As pessoas e os espaços estão ai.
Saulo Oliveira

sábado, 25 de setembro de 2010

O Violão e o Homem

Foi d'um pedaço tosco de madeira que te gerei!


O Homem perguntou ao violão; quantas cordas seriam necessárias para realizar uma canção perfeita e finalizada?
O violão então respondeu: quantas seus dedos alcançarem seu tolo!

domingo, 19 de setembro de 2010

SERÁ AMOR?

Concebo o amor não como uma coisa melosa ou bordada pelos contornos melancólicos de uma dependência patológica a que muitas vezes confundimos com “relacionamento a dois”.
Configuro o amor; não como o sacrifício do eu em favor do outro ou do outro em favor do eu. Ao contrário, enxergo a possibilidade de amor; de amar e de se amar, onde há perspectivas de construção recíproca, nas diferenças, no novo, no desconhecido, enfim; no que não é você.
Não quero uma vida inteira de amores, quero algumas horas de amor.
Não quero morrer de amores, quero viver na possibilidade de amor.
Não me vejo tampouco no amor; enclausurado em muros cinzas de puro convencionalismo, sem identidade, sem vontades e sem mim mesmo, como acontece na mentira para a qual inventaram o nome enfadonho de casamento.
Percebo e encontro-me no amor, em campos de espaços incomensuráveis, de liberdade infinita, de vontades saciadas, de somas do eu mais do outro que resultarão em nós dois. Sinto-me no amor, sobretudo na união e consequentemente comunhão, à qual deram genialmente o nome de cumplicidade.
Saulo Oliveira

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pra recomeçar

AO O AMOR DA MINHA VIDA!

Recomeçar; eis ai uma palavra de singular beleza,
E de igual modo, muito complicada; mas muito mesmo,
Quando pensada no campo prático das ações.
Por que será esse nosso apego desregrado às coisas que se foram?
Às que se passaram, e sei lá; aos fenômenos que insistentemente teimam por não se repetir?
Pra recomeçar, diria eu, no auge de minha ignorância,
Serem necessários apenas um breve olhar de adeus ao passado,
E o balbucio de meia dúzia de dizeres desapegados.
Mas infelizmente não é tão simples assim, e tampouco gostaria que o fosse,
Sabendo da importância e necessidade de sentir organicamente o que se foi; para poder especular o que virá.
É como levantarmos corajosamente após um tombo, e tentarmos de novo.
É ter consciência de que o mundo não pára, e que por obrigação, devemos seguir o seu exemplo.
O que se passou não deve ser deletado, ao contrário deve ser arquivado cuidadosamente, no fundo de nossa memória,
Para que jamais esqueçamos, que a arte de viver só é possível quando há motivação,
Que por trás de uma conseqüência existe uma causa,
E por fim; só há presente como extensão do passado.

Saulo Oliveira