terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Desencontro


Sofro pela capacidade excepcional que tenho de me achar e paralelamente me perder no que acredito.
Angustia-me idealizar o que quero e querer o que idealizo.
O estado imutável de dúvidas no qual vivo enclausurado se configura num fatalismo indubitável, que me dá vida, mas que contraditoriamente me mata um pouco todos os dias.
Desespera-me o fato de que o remédio que me cura, por vezes se transfigura em pavoroso veneno que me tira a vitalidade e me lança ao abismo inóspito e de fundura sem fim.
Afinal, por que quero o que quero e não o que preciso?

Saulo Oliveira

sábado, 4 de dezembro de 2010

Deixe ser...


Deixe ser...
Se a vida é um feixe de luz tão ínfimo
Se a fresta por onde transpassa esta luz não pode ser medida.
Deixe ser...
E verá o amanhã como possibilidade
E terá outra chance de amar
Deixe ser...
Quando avistar por sobre o caminho onde anda,
Uma forragem de espinhos pontiagudos e brasas cintilantes
Tire os sapatos e descalço caminhe,
Caminhe com força, pra sentir melhor.
Deixe ser...
Porque a beleza da vida envelhece
E o tempo não espera quem atrasa.

Saulo Oliveira