segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reconciliação Literária I: ode às letras

Amigo inconstante que sou; companheiro infiel.
Amante degenerado, marido apaixonado.
Madrugadas úmidas abafadas, inteiras passadas
Em brigas e discussões reais.
Eis que surgem timidamente sob os primeiros magotes de Sol
Que anunciam a manhã, traços imprecisos e embotados de reconciliação.
Mulher de comportamento obsceno, prazeres urgentes e libido insaciável;
Uma meretriz, uma puta, uma esposa quem sabe.
Uma menina, uma mulher sobretudo.
Não me deixa escolher, não me dá alternativa, não me deixa trepar!
Não me deixa dominar, muito menos controlar!
Ao contrário me engole num trago só.
Dada a sua rebeldia e liberdade incondicionais
Não permite o imutável, não consente calada; tampouco se prostra passiva
À espera de reações espontâneas e voluntárias.
Irrompe e invade, machuca e transforma.
Assim que se configura esta relação;
Varia amiúde em extremos de violência e rejeição
Em dores pungentes de parto, de loucura, de alegria em perceber o mundo;
De tristeza e separação.
Porém sempre desponta sorrindo a maldita e bem vinda reconciliação.
Como gostaria de deixar de ver através de suas lentes,
De conhecer e sofrer por sobre sua silhueta
De não mais sentir dor, ignorando simplesmente ignorando.
Ignorando...

Saulo Oliveira

Reconciliação Literária: ode às letras II

Sinto, contudo, que é tarde demais.
Sinto que já tomou conta de mim
E, portanto, pedaço de minha existência.
Sinto ódio e um profundo amor.
Essa dona é moça faceira de sabedoria anciã.
É uma velha decrépita e multifacetada, de sorriso jovial.
Essa dona é dona de tudo
Está em todos os cantos, em todos os muros;
Está disposta em muitos tamanhos, fontes, formas e gostos.
Ela é cada partícula de amor da palavra liberdade,
E todo átomo do sentir em mim.
É uma cela de medidas maiores,
E por assim dizer, é cada peça do que sou, cada rabisco de minha história;
É ainda meu abc de idéias, minha embriaguez de palavras.
São as pegadas de minha caminhada
São as letras do meu destino,
Coloridas e impressas em cada espaço pisado, avançado, ocupado
De vida...
De vida.

Saulo Oliveira

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O novo como extensão do velho

De importância muito maior será a etapa quando a forma nova tenha atingido proporções que lhe permitam imprimir sua marca no todo da sociedade e exercer uma influência principal na  modelagem da tendência de desenvolvimento. Também é verdade que o processo de modificação histórica, em sua maior parte, é gradual e contínuo.

( Maurice Dobb)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Obra de arte de Rodrigo Bettencourt, interpretada maravilhosamente por thaís Gulin.





Tão homem tão bruto tão coca-cola nego tão rock n'roll
Tão bomba atômica tão amedrontado tão burro tão desesperado
Tão jeans tão centro tão cabeceira tão Deus
Tão raiva tão guerra tanto comando e adeus
Tão indústria tão nosso tão falso tão Papai Noel
Tão Oscar tão triste tão chato tão homem Nobel
Tão hot dog tão câncer social tão narciso
Tão quadrado tão fundamental
Tão bom tão lindo tão livre tão Nova York
Tão grana tão macho tão western tão Ibope
Racistas paternalistas acionistas
Prefiro os nossos sambistas
A ponte de safena Hollywood e o sucesso
O cinema a Casa Branca a frigideira e o sucesso
A Barra da Tijuca Hollywood e o sucesso
Prefiro os nossos sambistas
Prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e que chora
Que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil e que te adora
Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol
Mas que joga sua pelada todo domingo debaixo do sol
Prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano ouvir Mano Chao
Não que Slayer não seja legal e visceral
A expressão do desespero do macho americano é normal
Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural
É preciso mais que um soco pra se fazer um som um homem um filme
É preciso seu amor seu feminino seu suíngue
Pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande
É preciso ser macho ser fêmea ser elegante
Prefiro os nossos sambistas




 


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

DOIS querem ser UM

Foto: Saulo Oliveira


Começou numa simples garrafa de cachaça; é, pode acreditar! Numa garrafa pet, daquelas de cor verde desbotado; artefato típico de boteco.
Foi da vontade retada e sedenta de um gole, que o rapaz viu, pasmou e admirou através do verde, velho e desbotado da garrafa, uns olhos novos, vivos e inquiridores; uma boca apaixonante e pronta para o encontro calmo e desesperado de outra boca; uma aura resplandecente e serena.
Tudo aconteceu ali, num cantinho só deles, num cantinho d’um anfiteatro moderno em desuso, numa Universidade obsoleta e esquecida, duma pequena, encantadora e perdida cidade no sertão.
Quem visse à primeira vista diria até que ao invés de dois eram um só, entrelaçados em desejo e intenção. Mas a moça tinha suas razões e o moço as suas.
O que falar das muitas estrelas contadas em uníssono sobre o desconforto aconchegante do cimento ainda úmido do pátio?
O que fazer das muitas músicas cantadas e engolidas sob os galhos de uma mangueira generosa? dos muitos Paulos, Chicos e Herberts evocados...?
O que pensar dos muitos lugares roubados, tomados e imortalizados irresponsavelmente como deles? Das poesias lidas, improvisadas e compartilhadas...?
Os dois viviam assim pela cidade. Dois românticos exploradores de cantos e lugares, sem preocupações, sem planos, somente vontades imediatas, imediatamente saciadas.
Ela tinha beleza e era bela.
Ele, uma mistura de fugacidade e querer; querer ficar, querer estar, querer partir, querer voltar.
Ela tinha sapiência e trato no viver.
Ele era, pois, um paradoxo imperfeito, uma contradição assustadora, quando não um canalha por conveniência.
Compreendera logo seu amor pela noite, pelos bares, pelas esquinas de aflições madrugueiras; pelas causas perdidas. Descobriu seu gosto pela liberdade e a beleza de não ter raiz.
A verdade é que ela nunca fora entendida por ele. O moço nunca foi muito afeiçoado a explicações, fórmulas, cálculos, padrões e uniformidades. Ele gostava de sentir, e ele a sentiu, e ele a guardou e ele a eternizou.
Hoje o que sobrou dos dois está gravado na memória da pele e do universo, e poderá ser visto por qualquer um de alma leve, em fulgurações efêmeras no céu, toda vez que vai chover.

Saulo Oliveira


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ao léu!


Gosto de olhar na face, nos olhos; gosto mais que tudo de sentir.
“Me dá’ prazer o inacabado, a procura da rima, da batida, do botequim, da liberdade mais rica de liberdade.
_ Portanto gosto de andar ao léu.
Gosto de sentir no rosto a violência do tapa dos ventos sem rumos,
De apreciar a beleza imóvel das esquinas de pedra.
Ficar horas a vaguear pelas ruas da cidade parece mesmo ser minha aptidão; sair a admirar; a perguntar; a responder e a me espantar, sem, sobretudo, me preocupar com o perder a hora ou o atrasar já estando atrasado.
_ Portanto insisto em gostar de andar ao léu.
Eu gosto das diferenças; eu gozo no estranho e bato histericamente palmas ao esquisito. Beleza recriada?
Vou por ai simplesmente, entretanto não vou simplesmente.
Se vou, vou com cuidado, vou imbuído de sutileza e tomado de paixão.
Se acaso me apetece ir, vou, porém voo fotografando, voo descobrindo e redescobrindo, voo aplaudindo, voo cantando.
_ Portanto sempre hei de andar ao léu.
No rosto dos transeuntes apressados e  despercebidos se vê melancolia, se vê cansaço. Vinicius de Moraes então diria muito adequadamente: o cansaço do operário é o descanso amigo e arma do patrão, e eu não digo mais nada. E se não digo é porque calo, e se calo é por tristeza, e você cala por calar?
O que sei é que as noites daqui são frias e os dias se vão tão rápidos.
Ainda assim gosto de andar ao léu.
Antes de tomar o último ônibus, na última fila e último ponto, ainda tenho tempo de me jogar aos céus, e como num gesto de reverência, munido de meus velhos e coloridos pincéis,  desenhar nas nuvens um rosto; um rosto inequívoco de mulher, talvez o rosto da moça de sorriso aberto.

Saulo Oliveira

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Por que foi que cegamos...

 Por que foi que cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que vendo, não veem.
 A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pessoas que gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco, chegou a minha vez, pensou. O medo súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.


(trecho do livro ensaio sobre a cegueira, de Saramago. Pg 310)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

*Carta para um amigo



Sei que parece meio em desuso e anacrônico esse lance de escrever cartas, mas sou um tanto quanto saudosista e quixotesco. (Ahhh lia a obra de Cervantes: Dom Quixote De La Mancha; o Cavaleiro da Triste Figura, e agora faz sentido), enfim.
Meu amigo, escrevo pra você, com a intenção e desejo de compartilhar um pouco do que me acontece pelos lados de cá, já que o considero como a um irmão; companheiro de conversa e botequim por noite a fio; apreciador da boa música e leitura, e, sobretudo um pensador inveterado e incansável.
Como Caetano diz: quem vem de outro sonho feliz de cidade, aprende depressa a chamar-te de realidade.
São Paulo é de fato um grande calabouço sufocante e massificador das multidões. As pessoas por aqui, melhor dizendo, a grande maioria delas não pensa; ou pelo menos acha, ilusoriamente não dispor de tempo para tal. Por aqui só se trabalha; só se maquiniza. Por aqui se tem a representação nua e crua desse sistema canalha e sem escrúpulos sob o qual vivemos sedados e inertes.
Porém como amigo, devo-lhe informar do outro lado. São Paulo paradoxalmente é também o grande palco das artes; é a cidade onde o nosso grande e inesquecível Paulo freire viveu seus últimos anos de vida, atuando na política e educação; foi sob a garoa desta mesma cidade que o inconteste Adoniram Barbosa evocou seus subversivos versos, denunciando prematuramente uma sociedade assaz industrializada e massacrante, que estava por emergir. E por ai vai...
Cara, Tenho tanta saudade do meu sertão, que chega a doer. Mas sei que devo continuar em busca da incógnita que vem dentro de mim há muito, e por isto mesmo aceitar as conseqüências resignadamente, porque a vida é construída mesmo de escolhas, e eu já fiz as minhas.
A rotina é foda! Levanto às cinco da manhã e retorno pra casa à meia noite; durmo em média quatro horas por dia. É uma vida difícil, mas satisfatória, no sentido de que todo dia há uma nova possibilidade de aprender e crescer como gente. A minha maior motivação é o curso de Comunicação Social; um verdadeiro laboratório de experiências e interação humanista.
Quero finalizar dizendo que, a amizade; a velha e boa amizade, aquela que nos instiga; que nos provoca a crescer; que nos tira da zona de conforto e conformismo, enfim, aquela que nos dá alguma coisa, no sentido de SER a despeito do TER, deve ser sempre cultivada e regada ( ainda que à custa de muito vinho e vodca, rsrsrs).
Velho, fique com a energia suprema e reparadora do cosmos, a que dão o nome de Deus.
De um novo baiano sob a garoa fria de Sampa.
São Paulo 20 de Agosto de 2011, dia frio e chuvoso.

* Carta integral enviada em meados de 20011, para meu grande brother Carlos Alan ( Alanzório).
Saulo Oliveira

quinta-feira, 31 de março de 2011

Abajur, cama e mala...

Abajur posto sobre a mala refeita,
Como que escondendo a intenção e o desejo iminente de partir.
 Mala atirada em cima da cama mal feita e vazia,
Como que clamando e reclamando o retorno dos corpos,
Que a memória da pele não deixa esquecer.
Uma réstia de luz amarela,
Banhando o chão úmido e frio,
Dando-lhe uma aparência nostálgica e fatal.
Quarto cinza de paredes manchadas e ainda marcadas;
De cicatrizes mal curadas, que a solidão do tempo e má vontade do destino determinaram.
O velho colchão surrado; recanteado por sobre as cortinas transparentes e indiscretas,
Traz tatuado em sua pele de trapo,
Evidência de amor, suor e gozo.

SAULO OLIVEIRA

domingo, 27 de março de 2011

Papel Mache( João Bosco)


Cores do mar, festa do sol
Vida é fazer
Todo o sonho brilhar
Ser feliz
No teu colo dormir
E depois acordar
Sendo o seu colorido
Brinquedo de Papel Machê...(2x)
Dormir no teu colo
É tornar a nascer
Violeta e azul
Outro ser
Luz do querer...
Não vai desbotar
Lilás cor do mar
Seda cor de batom
Arco-íris crepom
Nada vai desbotar
Brinquedo de Papel Machê...
Dormir no teu colo
É tornar a nascer
Violeta e azul
Outro ser
Luz do querer...
Não vai desbotar
Lilás cor do mar
Seda cor de batom
Arco-íris crepom
Nada vai desbotar
Brinquedo de Papel Machê...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Na Bahia tem...


A espontaneidade dos corpos banhados de suor e Sol,
A preguiça esperta e disfarçado sob a sabedoria de um povo alegre que sofre.
Na Bahia tem...
O cheiro forte e atraente de samba que insistentemente exala da mestiça mulata quente de sorriso febril.
Na Bahia tem...
O dedinho de prosa sobre as calçadas e em frente às portas, animado pelo aroma inebriante de pau, pedra, terra e campo, anunciando a iminência de um café porreta.
Na Bahia tem...
Os pés descalços; as mãos calejadas e ainda cansadas da labuta, que uma vez repousadas sobre o corpo d’um violão; produz magia, música e axé.
Na Bahia tem...
Homens e mulheres retados;
Que não hesitam e tampouco têm medo de amar.
Que sorriem, ainda que sem motivos,
E que choram amiúde a perda diária da esperança que rodeia suas casas, e por teimosia dolosa não entram.
Na Bahia tem... 

Saulo Oliveira

terça-feira, 22 de março de 2011

Vênus ( Moska)


Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor e não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.
Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Caminhando e mudando...



Uma sensação boa, mas desconfortável.
Ela penetra timidamente pelas vias respiratórias,
Trazendo consigo todo o ar que respiro, e por isso mesmo sendo a responsável pela minha manutenção.
Poucos segundos bastam, para que eu não mais sinta os meus pés no chão, e meu estômago se transforme num intenso e ininterrupto espetáculo de contorcionismo!
A cada passo avante, em que me atrevo e permito-me, não sou o mesmo; sinto-me inseguro e vacilante, mas sei que preciso ir.
Por vezes volto minha cabeça pra trás inutilmente, pra ver se enxergo migalhas ou sombras de silhuetas do que ficou.
Logo a dor não demora em aparecer em cena e se mostra tão inescrupulosa e insensível.
“Vou a nocaute outra vez”.
Ergo-me e volto à superfície sofregamente, encho os pulmões de ar, não aquele ar infectado de outrora, mas um ar puro e não mais desafiador.
Descubro-me diferente; outro. Sorrio e vou em frente, resmungando palavras indóceis e cismando com os meus botões: Como é doloroso o ato de caminhar!

Saulo Oliveira

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Turn Your Lights Down Low


Turn your lights down low
And pull your window curtains;
Oh, let Jah moon come shining in –
Into our life again,
Sayin': ooh, it's been a long, long (long, long, long, long)time;
I kept this message for you, girl,
But it seems I was never on time;
Still I wanna get through to you, girlie,
On time - on time.
I want to give you some love (good, good lovin');
I want to give you some good, good lovin' (good, good lovin').
Oh, I - oh, I - oh, I,
Say, I want to give you some good, good lovin' (good, goodlovin'):
Turn your lights down low;
Never try to resist, oh no! , let my love come tumbling in –
Into our life again,
Sayin': ooh, I love ya!
And I want you to know right now, I love ya!
And I want you to know right now,
'Cause I - that I - I want to give you some love, oh-ooh!
I want to give you some good, good lovin';
Oh, I - I want to give you some love;
Sayin': I want to give you some good, good lovin':
Turn your lights down low, wo-oh!
Never - never try to resist, oh no!
Ooh, let my love - ooh, let my love come tumbling in –
Into our life again.
Oh, I want to give you some good, good lovin' (good, goodlovin').
(Bob Marley)





quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pétala por pétala



A sua falta me fez ver
O que de mau a vida pode ter
E a sua volta me dá mais
De todo o mel que eu ousaria querer
Sua presença me faz rir
Nos dias feitos pra chover
Nao há revolta pra sentir
Nem há milagre pra não crer
Vinda que finda
A tinta de pintar tristeza
E deixa os mistérios plenos de sentido
A flor da vida toda
Pétala por pétala
Que um tolo pode colher
Sem saber que é amor
Vem e aumenta em mim
O único que sou
E subtrai do que em mim passou
É amor, vem...
( Chico César)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Por ai...

Quanto mais me afasto, mais próximo me encontro de ti.
Afasto-me da alegria, da dor, do cheiro; do toque.
Afasto-me da tua sombra longínqua, que me persegue tão perto.
Afasto-me do teu amor tão puro, que me tira o sossego; assusta-me e me tira dos trilhos.
Amor tão puro que desafia meu egoísmo.
Mudo! Mudo estou e vou. Não com a vontade de estar longe, mas com o medo luxurioso de estar perto.
Perto dos teus olhos grandes, do teu desejo de amor, da tua fome desvairada do canto, da voz rouca desafinada e do dizer sôfrego te amo.
Ainda assim, vou adiante, iludido com o amor parco,
com o fazer amor depressa, calado, receoso de dizer fica.
Amor espera! Aguarda-me, guarda-se pra mim. Quem sabe há ainda uma chance ou mesmo uma luz de velas, velando um amor puro, de puro recomeço e de noites sem fim?
Saulo Oliveira