quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Por ai...

Quanto mais me afasto, mais próximo me encontro de ti.
Afasto-me da alegria, da dor, do cheiro; do toque.
Afasto-me da tua sombra longínqua, que me persegue tão perto.
Afasto-me do teu amor tão puro, que me tira o sossego; assusta-me e me tira dos trilhos.
Amor tão puro que desafia meu egoísmo.
Mudo! Mudo estou e vou. Não com a vontade de estar longe, mas com o medo luxurioso de estar perto.
Perto dos teus olhos grandes, do teu desejo de amor, da tua fome desvairada do canto, da voz rouca desafinada e do dizer sôfrego te amo.
Ainda assim, vou adiante, iludido com o amor parco,
com o fazer amor depressa, calado, receoso de dizer fica.
Amor espera! Aguarda-me, guarda-se pra mim. Quem sabe há ainda uma chance ou mesmo uma luz de velas, velando um amor puro, de puro recomeço e de noites sem fim?
Saulo Oliveira