quinta-feira, 31 de março de 2011

Abajur, cama e mala...

Abajur posto sobre a mala refeita,
Como que escondendo a intenção e o desejo iminente de partir.
 Mala atirada em cima da cama mal feita e vazia,
Como que clamando e reclamando o retorno dos corpos,
Que a memória da pele não deixa esquecer.
Uma réstia de luz amarela,
Banhando o chão úmido e frio,
Dando-lhe uma aparência nostálgica e fatal.
Quarto cinza de paredes manchadas e ainda marcadas;
De cicatrizes mal curadas, que a solidão do tempo e má vontade do destino determinaram.
O velho colchão surrado; recanteado por sobre as cortinas transparentes e indiscretas,
Traz tatuado em sua pele de trapo,
Evidência de amor, suor e gozo.

SAULO OLIVEIRA

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