segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reconciliação Literária: ode às letras II

Sinto, contudo, que é tarde demais.
Sinto que já tomou conta de mim
E, portanto, pedaço de minha existência.
Sinto ódio e um profundo amor.
Essa dona é moça faceira de sabedoria anciã.
É uma velha decrépita e multifacetada, de sorriso jovial.
Essa dona é dona de tudo
Está em todos os cantos, em todos os muros;
Está disposta em muitos tamanhos, fontes, formas e gostos.
Ela é cada partícula de amor da palavra liberdade,
E todo átomo do sentir em mim.
É uma cela de medidas maiores,
E por assim dizer, é cada peça do que sou, cada rabisco de minha história;
É ainda meu abc de idéias, minha embriaguez de palavras.
São as pegadas de minha caminhada
São as letras do meu destino,
Coloridas e impressas em cada espaço pisado, avançado, ocupado
De vida...
De vida.

Saulo Oliveira

Um comentário:

  1. Através da literatura se faz homens! Ela é a co-criadora da humanidade. "São as letras do nosso destino".É violenta e arrebatadora, porque fala sem restrições, sem cortesia, sem timidez... De um modo ainda mais generalizado, as letras, as palavras são a fecundidade da vida humana, procria mais que qualquer organismo vivo.

    O mundo nasceu pela boca de Deus. E Deus disse: "Faça-se a luz! E a luz foi feita. (...)" (Gênesis 1: 3)

    E ainda:
    "E no princípio era o verbo, (João 1: 1) e o verbo se fez carne e habitou entre nós!" (João 1: 14)

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