Foto: Gleydson Publio |
Por que bloquear algo que vem de
forma tão natural?
Por que tentar impedir essa força que
rompe as barreiras do impossível e das dores desmedidas, até chegar ao lábio e
num brilho se mostrar largo, intenso e irresistível?
Maior do que seu esforço em conter o
riso, é o meu desespero em ver suas mãos se moverem rápidas, num gesto
involuntário, mas acostumado, a obstruir a luz que brota de sua boca e que, resplandece
em seus dentes, ainda brancos, por não provarem dos exageros e vícios desta
vida.
Por isso digo: “sorria mais menina!”
Mostre-se; mostre para o mundo essa vontade contida. Não se intimide pelas
prováveis reprovações das gentes doentes, tristes e caretas.
Prefiro o riso à dor; Nem sempre foi
assim. Leva um tempo para entender que não é preciso entender, que basta apenas
sentir. Sentir ao máximo, até que a sensação impregne no corpo, na mente, e não
seja mais uma simples e volátil sensação, e finalmente se materialize, num
sorriso.
Não reprima, compartilhe. Há pessoas
ao redor sedentas por um gole dessa felicidade inventada, a felicidade dos não
convencionais, não convencionados. Daqueles para quem basta uma canção e que, percebem a grandeza escondida. Sim, porque a grandeza está oculta,
secreta, geralmente em pessoas e coisas que sabem usar com maestria o
disfarce de pequenos.
Agora que já sabe, se te pedirem ou
se lhe apetecer, sorria. Mas lembre-se de guardá-lo um pouco pra mim. Reserva,
nem que seja uma porção mínima desse teu encanto, a esse pedinte, a esse amante
incorrigível que, se contenta com o pouco, desde que seja verdadeiro. Juro que,
se você se insinuar e não me dá-lo de uma vez, me lançarei abrupto e decidido e
o tomarei à força.
Saulo Oliveira