sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Despedida


Como foi bom...
... saber que se foi (...), e desta vez pra sempre!
Gostei da novidade de não ter mais seu perfume nos cantos da casa.
Sabe (...), foi bom! Apesar de tudo, foi bom. Mas passou. Como tudo!
Já não preciso mais te carregar comigo aos lugares a que vou; nem adormecer aos poucos rememorando o teu sorriso.
Finalmente me vejo livre do encargo que é planejar o futuro.
Até quando mesmo a gente achou que isso ia durar? Essa admiração à distância sem medidas; essa cumplicidade que beirava a loucura; a reciprocidade doentia nos gestos, nas letras, nos beijos, no pensamento.
Quanto maior a intensidade das chamas, mais rápido elas se vão.
Será que fomos tão imprudentes em não perceber que o que se dava era o encontro do fogo com o fogo? Que se tratando de dois astros de potência e arrebatamento tão similares, o desfecho não seria outro senão a distância?
Hoje que não sinto mais as suas chamas e que o seu calor já não me alcança, me comprazo no frio das noites escuras que me fazem livre.
Por isso (...), vá! E ao contrário do que diz aquela bonita canção de Oswaldo, não olhe para trás. Não seja tola. Não permita que a felicidade não a encontre, que eu de cá também o farei.

Saulo Oliveira

3 comentários:

  1. Algumas despedidas são difíceis, mas necessárias... E concordo ao dizer que se deve ir e buscar a felicidade... Saudade, moço! x

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    1. Ser contra a partida é o mesmo que insistir em que a natureza ande para trás. Deixar ir é também deixar-se livre e em paz, é respeitar a vontade do outro e por conseguinte se permitir, experimentar. O mundo ainda oculta muitas possibilidades e pessoas que, nossa visão, destreinada e cimentada numa só direção, não vê.

      Bjs!

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    2. É isso aí... Concordo, mas é uma pena que a 'saudade' não segue esta lógica.

      "A saudade não deseja ir para a frente. Ela deseja voltar." - Rubem Alves

      x

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