sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Solidão a dois...

É estar sem estar
E ter os cabelos escorrendo em suas mãos sem o ter.
Num gesto de carinho se vai a atenção numa lembrança que, teimosa,
Insiste no que não pode, no que não é pra ser.
Essa solidão é rasteira, ela é sutil; essa solidão a dois, também vem acompanhada de vazio;
Sem que minha distração deixe de notar e perceber;
Pois essa solidão é tão solidão.
O hálito, o cheiro do corpo, os pés descalços pela casa;
A geladeira que se abre na altura da noite, e a camisa larga que se encontra com perfeição.
O certo é que não há certo! A vida, essa vida é um grande mistério, do qual saímos sempre sem antes desvendar.
Tempo não há para pensar, para desperdiçar, para ser sensato ou discreto.
Há a vontade!
No final, lá no finalzinho, quando nada for voz ou grito,
Quando tudo for gemido e suspiro,
Não terei vergonha em dizer que amo de madrugada,
Que amo amores impossíveis, irreais;
Que faço versos trançados com a minha própria dor,
E rejeito uma fórmula mágica de ser só um, de se encontrar em um.
Essa solidão a dois... Que não é pecado de tudo, que não é só luxúria,
Mas que, também é procura.

Saulo Oliveira

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